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Diretoria Pro-Tempore




“NON OMNIS MORIAR”
Não morrerei por inteiro!

O aforismo idealizado para representar o sentido e pensamento da Academia Paulista de Medicina Veterinária – APAMVET será o seguinte: “non omnis moriar”, cujo significado na última flor do Lácio, como Olavo Bilac – “o Príncipe dos Poetas Brasileiros” denominou o idioma português é “não morrerei por inteiro”.

Com essas orgulhosas palavras Horácio concluiu sua Coletânea de Odes, no ano 20 d.C. certo de que sua obra lhe granjearia a imortalidade poética. A frase, ainda é famosa e citada para representar “status” de notoriedade imorredoura entre poetas e intelectuais de todos os tempos: o de uma obra superar, por sua fama, os limites, aparentemente, intransponíveis da morte de seu autor.

Por extensão esse apotegma, também, tem sido aplicado a quem conquistou notoriedade digna da imortalidade, por outro feito notável – não necessariamente de caráter poético e literário – ou mesmo, banalmente mortal, a propósito da lembrança que alguém ilustre deixou após sua morte.

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PATRONOS DA APAMVET


A VIDA dos PATRONOS e ACADÊMICOS da ACADEMIA PAULISTA DE MEDICINA VETERINÁRIA – APAMVET

CADEIRA N° 2 – PATRONO MED. VET. ADOPHO MARTINS PENHA

Centenário de nascimento comemorado em 2204



O patrono da 2ª Cadeira da ACADEMIA PAULISTA DE MEDICINA VETERINÁRIA é o Doutor Adolfo Martins Penha, nascido no Rio de Janeiro, em 1904 e graduado na Escola de Medicina Veterinária de Passo Fundo – MG, em 1922 (esse Curso de Medicina Veterinária viria a ser extinto, na década de 30 do século passado, por não atender o Currículo mínimo estabelecido para a Escola Padrão do Ensino da Medicina Veterinária).

O Ilustre Médico Veterinário Adolpho Martins Penha - Patrono da APAMVET recebeu várias homenagens durante sua profícua atividade profissional, destacando-se os títulos e honrarias a seguir mencionados.

Título de Doutor. “honoris causa” pela Universidade de Campinas – UNICAMP; Título de Servidor Emérito do Estado de São Paulo e a ele foi outorgado, em 1971.

Prêmio H. A. Boilesen, em 1972.

Em homenagem póstuma foi designado como um dos Patronos da ABRAMVET - Academia Brasileira de Medicina Veterinária (12ª Cadeira)

A vida profissional do Doutor Adolpho Martins Penha iniciou-se no Estado do Rio de Janeiro como Inspetor Sanitário no Matadouro de Santa Cruz, mas na ânsia de aprimorar seus conhecimentos técnicos freqüentava o Curso de Microbiologia e Zoologia Médica do Instituto Oswaldo Cruz, nos anos de 1925/1926.

Nesse momento, talvez fosse conveniente destacar uma particularidade da vida desse luminar da Medicina Veterinária, não só Paulista, mas também Brasileira: para se dirigir ao Instituto Oswaldo Cruz era necessária uma pequena viagem com os trens suburbanos do Rio de Janeiro, oportunidade que utilizava para estudar duas matérias que muito apreciava – matemática e física. Matérias que continuou estudar durante toda sua intensa existência, tornando-se ilustre especialista em estatística e astronomia.

Em sua ativa vivência no Instituto Oswaldo Cruz teve oportunidade de conviver com excelentes médicos microbiologistas, firmando sólida amizade com Genésio Pacheco e Arthur Neiva, que ao se transferirem para São Paulo, trouxeram consigo o jovem Médico Veterinário. Ressalte-se que os três referidos cientistas foram peças importantes na criação e implantação da Divisão de Defesa Sanitária Animal do Instituto Biológico que visava na sua implantação apena o combate e controle da broca dos cafezais Paulistas e, posteriormente, dirigiu, também, seus interesses para a Defesa Sanitária Animal, além da Vegetal que cumpria com galhardia.

Em, seus quase 50 anos de atividade científica o Doutor Adolpho Martins Penha participou na elucidação de varias doenças que dizimavam os rebanhos da pecuária Paulista, destacando–se: a colibacilose dos bezerros: tuberculose: peste suína e brucelose, entre muitas outras. Desta forma, o Patrono da Cadeira número dois da APAMVET deu vazão ao enorme acervo de conhecimentos adquiridos, com sacrifícios, no Curso do Instituto Oswaldo Cruz. Assim sendo, no entender de inúmeros colegas, foi um dos formadores, podendo mesmo ser considerado, o verdadeiro sustentáculo do excelente conceito científico e de prestação de serviços à pecuária, alcançado pelo Instituto Biológico.

Como Administrador de Instituições de Pesquisa, o Doutor Adolpho Martins Penha foi Diretor de Divisão do Instituto Biológico da Secretária de Agricultura do Estado de São Paulo e um dos fundadores da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Adolpho Martins Penha faleceu, na Cidade de São Paulo, em 1976.

PRIMEIRO ACADÊMICO OCUPANTE da CADEIRA nº 6 da APAMVET – Academia Paulista de Medicina Veterinária: Méd Vet Doutor Vicente do Amaral

Formatação: Acadêmico Eduardo Harry Birgel

*[Veja ainda – o artigo de Márcia Maria Rebouças (do Museu – Centro de Memória do Instituto Biológico): Adolpho Martins Penha – O cientista eclético 1904 – 1980 “in” O Biológico, São Paulo, v.1/2, p. 65-66, jan-dez, 2004 capitulo Nossa Gente.]

O artigo a seguir pode entrar como texto visível diretamente ou entrar por um clique no ponto designado (?)

Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.65-66, jan./dez., 2004

NOSSA GENTE

ADOLPHO MARTINS PENHA: “O Cientista Eclético”

1904-1980

Adolpho Martins Penha nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristovão, foi criado por um tio paterno, pois seu pai faleceu quando tinha 12 anos e sua mãe quando tinha 19 anos. Formou-se em Medicina Veterinária, na recém criada Escola de Medicina Veterinária de Pouso Alegre-MG, em 1922 e logo após sua formatura, consegue o seu primeiro emprego, como Inspetor no Matadouro de Santa Cruz, Rio de Janeiro.

Além de Médico Veterinário, Penha se interessava profundamente pelas ciências exatas como matemática, astronomia e física. Sua cultura era das mais conceituadas. Seu primeiro contato com o Instituto Oswaldo Cruz foi participando de um curso nesse instituto. O Prof. Genésio Pacheco, com quem mantinha contato durante o curso em Manguinhos, era chefe da Seção de Bacteriologia no Instituto Biológico, em São Paulo e estava participando da formação da Divisão Animal que era dirigida pelo eminente Prof. Henrique da Rocha Lima. Genésio Pacheco, em 1928, o convida para participar do elenco de pesquisadores do Instituto Biológico, na Seção de Bacteriologia. A Seção de Bacteriologia contava, então, com grandes nomes que estabeleceriam a pesquisa científica do Estado de São Paulo. Eles compartilhavam do avanço da área de microbiologia com Celso Rodrigues e Otto Bier, cientistas que, mais tarde, levariam o nome do Instituto Biológico para além de nossas fronteiras. As ações dedicadas, por sua predileção foram pneumoenterite dos bezerros, peste suína, brucelose e tuberculose. Também se dispunha ao trabalho com o vírus da febre aftosa. Em parasitologia também teve momentos de pesquisa em eimeriose, bernes e, ainda, algumas doenças de coelhos.

Na peste suína Penha inovou, viabilizando uma vacina com vírus inativado pelo cristal violeta e que, no Instituto Biológico, foi aperfeiçoada por Mário D’Ápice. O Doutor Penha foi, também, pioneiro no uso de antibióticos - lançados para a área humana, no tratamento da tuberculose, estudando seus efeitos nos bovinos. Os resultados estabelecidos por ele foram confirmados pelo pesquisador Kleeberg na África do Sul.

Por tais razões Adolpho Martins Penha foi um dos maiores patologistas na área animal.

Já aposentado, foi convocado pelo Secretário da Agricultura, Dr. Paulo da Rocha Camargo para que, juntamente com outros colegas do Instituto Biológico, do Instituto Adolpho Lutz e do Instituto Butantan, participassem de projeto de pesquisa para o controle e erradicação da peste suína africana no Brasil.

Em 1972 recebe o prêmio H. A. Boilesen e, com a modéstia que o caracterizava, disse "Pois é, quando se fica velho, acontecem essas coisas".

Recebeu, também, o título de "Doutor Honoris Causa" pela UNICAMP. Foi, também, um dos grandes colaboradores quando da criação da SBPC.

Em uma de suas áreas de afeto, a estatística, ministrou vários cursos no Instituto Biológico para seus colegas.

José Reis, grande admirador de Penha assim se expressou sobre ele: "Um homem exemplo de estudo, saber, trabalho, dedicação, fibra moral e modéstia".

A respeito de nosso homenageado assim se expressou o Professor Zeferino Vaz: “O Dr. Penha – reúne harmoniosamente as qualidades de inteligência, cultura especializada e humanística, curiosidade, tenacidade, insatisfação, humildade, metodologia científica severa e ética rigorosa".

Vicente do Amaral, seu discípulo disse certa vez: "Penha grande amigo, já aposentado, vinha quase todos os dias ao Instituto Biológico, mais precisamente na Seção de Parasitoses onde eu trabalhava, admirando-o muito. Quando entrava na Seção, com sua cadeira de rodas a transitar pelo corredor estreito da Seção, ria e dizia como pode um velho, sem uma perna, querer atravancar a passagem de jovens que estão aqui para um conhecimento da rica parasitologia. Ria muito e começava a contar suas histórias sobre a astronomia, seu prato predileto. E, é claro, discutíamos assuntos relativos à parasitologia.” Continuando, “Amaral, complementou quando de sua recente entrada no Instituto Biológico, ainda tentando arrumar uma cadeira para colocar junto de sua mesa, sem saber ao certo o que iria encontrar pela frente, eis que adentra pela porta o grande Adolpho Martins Penha que, dirigindo-se a mim, conta-me sobre um problema que estava ocorrendo na Cidade de Ribeirão Preto e, sem pestanejar, disse-me com aquela gentileza que lhe era peculiar: amanhã iremos para lá para resolver esse problema... E lá fomos nós para, na verdade, para eu aprender com o Dr. Penha. Ele tinha a constância da sabedoria. Uma vez lhe perguntaram: Penha você é católico? Que prontamente, responde: Não, eu sou Panteista, uno Deus ao Cosmos.

Nas reminiscências, ainda, se recordam de uma entrevista, quando afirmou: "De uma coisa tenho a consciência tranqüila. Tudo o que ouvi, o pouco que sei e tudo que aprendi, procurei transmitir aos outros".

Dr. Penha como Vicente do Amaral o chamava deixou-lhe várias lembranças: seu jeito singelo, de uma fala mansa com muito saber, fazia-o adentrar por um mundo novo do conhecimento. Suas aulas de astronomia, seus conceitos da ciência que abraçara sua vida onde a humildade ensinava a gente a ter no simples, o mais alto valor e na competência a modéstia.

Márcia Maria Rebouças
Instituto Biológico
2004


 
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